segunda-feira, janeiro 09, 2006

Vudu às 3 da tarde


O comedor de monstros, o perfeito
devorador de alquimistas loucos,
cansou-se da tarefa: e senta-se sorrindo
no muro imaginário que inventou
(e é transportável), contemplando
os humanos, onde monstros não há,
apenas gente como tu ou eu,
que do mundo sabemos quase nada.
Esse nada o intriga, e reflectindo,
desmonta a sua banca imponderável
e tenta de novo, um pouco mais à frente,
apanhar-te, a ti ou a mim,
a saber algo. É quando o pressentes
e te viras. E o remetes, com um olhar
que nem chega a ser fugaz,
para o mundo paralelo dos fantasmas.