sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Da margem sul (I)

Que fique escrito: dos moinhos de maré,
na margem mais fronteira do Seixal.
Ou de como, em narrativas sobrepostas
(as linhas do horizonte), se sucedem as ruínas
das fábricas, das quintas, dos palácios,
em harmónica moral familiar:
pelos braços do Tejo as águas passam,
pelas margens do Tejo a terra guarda
memórias férteis do aluvião.
Que fique escrito: os barcos partindo ao
longe, do Barreiro, cruzando os arcos
dos moinhos de maré.