Os rios ibéricos
Havia então um estripador em Toledo,
de ásperas mãos calejadas e mortais.
Nas profundas da noite, matando as horas
em obscuras soleiras, marcava o compasso
dos minutos com o selo indelével do fatal.
Fatal como passarem os morcegos e a fauna
nocturna das corujas. E o Tejo
deslizava mansamente.
A primeira mulher foi
com as águas, de Castela a Lisboa
navegando. Encontraram-na contando
coisas raras, Ofélia transtornada
e ofegante, na doca de Santos repescada.
O mar ao longe, com velas navegando.
As que se seguiram falavam da surpresa
do estuário, contando alvoraçadas
da viagem, de Castela ao Montijo,
a ver o mar.
E iam desfiando os malmequeres.
Mais aquém, em Toledo, alguém olhava
o Tejo, em escusas soleiras espiando
as silhuetas longas das mulheres.
Uma adaga rebrilhando, ao cavo som
dos sinos que choravam o enterro
do branco conde de Orgaz.
(quiçá comemorando o Dia Internacional da Pintura)
de ásperas mãos calejadas e mortais.
Nas profundas da noite, matando as horas
em obscuras soleiras, marcava o compasso
dos minutos com o selo indelével do fatal.
Fatal como passarem os morcegos e a fauna
nocturna das corujas. E o Tejo
deslizava mansamente.
A primeira mulher foi
com as águas, de Castela a Lisboa
navegando. Encontraram-na contando
coisas raras, Ofélia transtornada
e ofegante, na doca de Santos repescada.
O mar ao longe, com velas navegando.
As que se seguiram falavam da surpresa
do estuário, contando alvoraçadas
da viagem, de Castela ao Montijo,
a ver o mar.
E iam desfiando os malmequeres.
Mais aquém, em Toledo, alguém olhava
o Tejo, em escusas soleiras espiando
as silhuetas longas das mulheres.
Uma adaga rebrilhando, ao cavo som
dos sinos que choravam o enterro
do branco conde de Orgaz.
(quiçá comemorando o Dia Internacional da Pintura)
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